sábado, 8 de fevereiro de 2014
ESBOÇO CRIATIVO
(Em decassílabo heróico)
… e neste fim de Tejo em que me vivo,
Onde, entre verbo e dor, sei ser feliz,
Hei-de ser sempre o fruto do que fiz,
Do muito que senti, do que me privo
Se teimo em rejeitar, quando me esquivo,
Um verso que não venha da matriz
Ou negue exactamente quanto eu quis
Por não ser mais que um frágil lenitivo
E atendo ao que jamais será cativo,
Ao que é reprodução do som nativo
Que, em ondas, se espraiou desde a raiz
Porque, entre sopro e forma, eu, mero crivo,
Não traço mais que um esboço criativo
Dos versos que o poema a mim me diz…
Maria João Brito de Sousa – 28.01.2014 – 21.50h
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12 comentários:
Olá amiga, não me canso de a ler. Lindo soneto que adorei. Beijos com carinho
A forma e o conteúdo
na delícia de ler
...
na delicia de sentir
Belíssimo poema onde a identidade se afirma pelo que de melhor se lhe reconhece.
Deixo a minha admiração, mais uma vez.
Um beijo
Obrigada e um beijinho, Rosa Branca! Gosto muito de retribuir as visitas que me fazem... e até gostaria de ter o dom da ubiquidade para estar mais algum tempo nos vossos blogs... mas a verdade é que ainda não estou melhor e o meu computador, coitado, não está melhor do que eu... mas ainda vou tentar ir até aí!
:) Gosto de os modelar, Mar Arável... tenho a sensação de escrever, esculpir e pintar em simultâneo...
Vou tentar ir aí!
Obrigada, Rogério! :)
Tudo está algo inseguro, por aqui... mas vou tentar ir até aí deixar-te o meu abraço!
Grata, Lídia!
Vou ver se o computador me autoriza a perder-me um pouco na Seara...
Beijo!
admirável poema. e enorme talento
belas as palavras em que te dizes...
chapeau!
beijo
Obrigada e um beijinho para ti, Heretico!
Vou tentar ir até aí!
Qual esboço qual carapuça.
O teu soneto tem traço firme.
É excelente, de resto...
Maria João, desejo que tenhas uma boa semana.
Beijo.
Obrigada, Nilson! Vou até aí!
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