sábado, 31 de dezembro de 2011
A DEMISSÃO DA PALAVRA
Brotaram, de repente, absurdos gritos
Do eixo da palavra atormentada
Onde os sintomas – todos - são malditos
Prenúncios de revolta estrangulada
À digestão dos ecos mais aflitos
Por excessos duma ceia inesperada,
Somaram-se, por fim, dois sonhos fritos
À privação geral… mas consolada!
A vocalização desconstruiu-se
Na absurda convergência da partida,
E pouco a pouco, a chama consumiu-se
No pavio dessa rima destruída
[a palavra, essa, ergueu-se e demitiu-se
da principal função da sua vida…]
Maria João Brito de Sousa – 25.12.2011 – 22.55h
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
ALENTEJO II
Ó terra de oiro antigo e céu sem fim
Pontilhada de verde e de castanho,
Eu quero-te sem prazo e sem tamanho
Com este querer maior que existe em mim
Terra de ervas e flores, como um jardim
Espraiando-se orgulhoso em mundo estranho,
Subitamente a tela de um rebanho
Que, ao surgir, se nos deixa ver assim
Que o teu povo magoado te acrescente
Os laços sempre férteis da semente
E possa eternizar-te no seu "cante "
Que a tua voz se eleve eternamente,
Que seja sempre livre a tua gente
E que haja em ti fartura a cada instante!
Maria João Brito de Sousa 06.12.2011 - 15.21h
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