(Em decassílabo heróico)
Os dias são tão curtos, camaradas…
O sol começa a pôr-se… e mal nasceu
Da escuridão que esconde as
madrugadas
Que Abril tão claramente prometeu…
Mas sonha-se e das cinzas apagadas,
Lampejando qual luz que não morreu,
Já renascem mil mãos não resignadas
Que brilham mesmo quando escureceu!
As horas, companheiras sequestradas
Em celas milenares de puro breu,
Conseguem resistir, sempre acordadas,
Na busca do que nunca se rendeu
E aguardam - rubra brasa! - as
gargalhadas
Que o mais justo dos sonhos defendeu!
Maria João Brito de Sousa – 29.12.2013
– 13.32h
Imagem - Tipografia Clandestina, José Dias Coelho
(retirada da página online do jornal Avante!)