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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ESSE LOUCO GALOPE DO CORCEL DAS PALAVRAS...



Prenúncio de vontade em gesto vago,
Vai-me descendo a mão sobre o papel
E sinto que me invade o tal corcel
Da singular magia desse afago!

Dele me nasce a palavra; o resto, trago
Dentro de mim, gravado com cinzel,
Por baixo desta minha humana pele
Onde o tempo, ao passar, fez algum estrago…

Mas que me importa a mim que o tempo passe
Se dele surge a palavra, irrompe a frase
Que justifica o esforço da corrida?

Não fosse esse o corcel que eu cavalgasse
E – quem sabe? - o poema me ignorasse
E eu perdesse o sentido à própria vida…




Maria João Brito de Sousa – 23.02.2012 – 18.47h


Imagem retirada da net, via Google

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O POEMA NOSSO DE CADA DIA


Sei-o só porque o sei e mais não digo
Que a estrofe, irredutível, se me impõe
Na estranha convicção que me propõe
E também na desculpa em que me abrigo…

Sei-o, assim, como a terra sabe o trigo
Nessa complexidade que o compõe,
Tal como a razão trai se pressupõe,
Em cada nova rima, um rasto antigo…

Sei-o de outro saber que é muito meu
A que chamo “poema” e se esqueceu
De se documentar, de ter razões

Mas, por mais que o descreva, apenas eu
Terei sentido o quanto me prendeu
Aos versos que me cobrem de ilusões…




Maria João Brito de Sousa – 21.02.2012 – 19.07h

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

(DES)ARMADOS


Armados da certeza que não morre,
Seremos sempre os filhos da verdade
E, sobre esta injustiça que nos cobre,
Semearemos cravos de vontade!

Armados, desarmados… como seja
Próprio ao desenrolar deste momento,
Anularemos jugo, insulto, inveja,
Daqueles que nos roubaram o sustento!

Cairão sob as armas que não temos
Aqueles que acreditarem que os tememos
E uns tantos que se vendem ao poder

Porque amanhã decerto venceremos
E (des)armados vamos porque cremos
Que quem de amor se armou, tem de vencer!




Maria João Brito de Sousa – 14.02.2012 – 13.38h

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O PRODUTO FINAL DE ALGUNS ANOS PASSADOS A COLHER [também...] OPINIÕES


Como hei-de interpretar tão estranho gesto
De clara discordância e suspeição
Se, no que me respeita, é sempre honesto
Este acto de vos dar - ou não... - razão?

Tudo o que vos disser terá, de resto,
A mesma garantia de isenção;
- De quanta opinião guardar no cesto,
Construirei, mais tarde, opinião...

Se o tempo escassear, duplicarei
Em vontade o que falte às aptidões,
Em perda o que me for escapando em ganho

Mas, enquanto viver, eu escolherei
E irei sempre guardando opiniões,
Sem antes lhes medir força ou tamanho...




Maria João Brito de Sousa - 01.02.2012 - 18.57h