(Soneto em decassílabo heróico)
Relembro um rio que em gesto resoluto
Cresce em caudal e soma em quantidade
A mesma urgência com que agora eu luto
E me dá força enquanto houver vontade;
Porque um poder perverso e dissoluto
Se nos impõe, esmagando a dignidade,
Sejamos fio de outro qualquer soluto
Que, em nos enchendo, engendre outra vontade!
Relembro o sangue em veias indomadas
E esta emergência em nós, sempre crescente,
Que nos transforma as mãos mais desarmadas
Em espada erguida sobre o prepotente
Que ensombra as águas vivas, libertadas,
Duma outra força antiga e sempre urgente!
Maria João Brito de Sousa – 15.04.2014 – 10.39h
Ao povo que, em Abril de 1974, desobedeceu a uma ordem directa e, invadindo as ruas, transformou um golpe militar numa verdadeira revolução!
A todos nós!
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