Abreviada a voz, repenso o gesto
E ressurge a palavra indesmentida
Exactamente aonde a mão estendida
Recolhe o claro fruto e aparta o resto
Sorrio enquanto estendo o velho cesto
Na direcção da coisa pressentida
E vislumbro, entre folhas, bem escondida,
A forma de um soneto franco, honesto
Assim contemplo, colho e guardo acasos,
Esperando cada um de olhos já rasos,
Cumpridos sem temor, sem loucas pressas
E, garanto, esse acaso então parece
Estar pronto a responder-me à estranha prece
Sem me ter feito, a mim, quaisquer promessas…
Maria João Brito de Sousa – 04.10.2012 – 16.06h
8 comentários:
Um dia seremos de novo
crianças
mas nesse dia...
ai nesse dia
Ai, esse dia... mas ele virá, Mar Arável!
Abraço grande!
Olá Maria João.
Muito obrigado pelo apoio que me deu em meu blog.
Parabéns pelo seu trabalho literário e pela bela pessoa que você é.
Um grande abraço,
CARLOS MORANDI
Bem haja pelas suas palavras, amigo Carlos Morandi!
Um abraço!
E os poemas são o que os poetas queiram que sejam...
e este é tanto!
Obrigada, Rogério! Um abraço amigo!
Como sempre, o teu poema é real,bem
construído, sensivel, bem terminado
como eu gosto! E comovente na forma como nasce e belo na forma como termina...
Eis o verdadeiro soneto!Aleluia, assim se escreve.
O que se descobriu em mim, é raro, dado o grau que atingiu...
" Osteomalacia"
E vou sobrevivendo, um dia de cada vez que nasce mais um dia.
Apeguei-me à vida, não o devia ter feito, mas fiz tanto disparate e este foi mais um deles.
Deixem de escrever nos prémios, não te canses mais, fizeste o máximo que ninguém faria, apenas o Pedro, alma muito boa.
Obrigada por te encontrar nos "7degraus". Talvez do Sétimo degrau vislumbre o Universo e procure respostas para a minha Fé.
E se não encontrar, sigo com ela enquanto me lembrar.
Meu filho, neta e nora, ainda não saíram de São Paulo (diferença de 4 horas, para menos ) e se Deus os ajudar e guiar, chegam às 7H da
manhã
a Lisboa/Portugal.
Muito bom, mas muita barafunda para mim e eu não sei se ainda posso lá voltar para o ano.
Devia estar alegre e estou, mas queria estar como estava há dois anos atrás, muito mais alegre e capaz de os acompanhar, mas não posso acompanhar ninguém -
Agora - não!...
Beijos e obrigada a ti e também ao Pedro, embora ele desconheça a minha poesia e não se interese por ela e isso eu lamento.
Maria Luísa
Obrigada, amiga, pelas tuas palavras de ânimo e amizade!
Fiquei abismada com o teu problema de osteomalacia... não sei que te diga, amiga, mas tem coragem. É bom, muito bom, estarmos apegados à vida! Tudo o que deves fazer agora, para além dos tratamentos, é ter muitíssimo cuidado para não dares alguma queda. Eu já o faço por causa da osteopenia grave e da anti-coagulação... e também porque não tenho força muscular para me mexer melhor. Uma fractura, num doente hipo-coagulado, pode levar à morte em minutos... parece que vamos estar as duas muito limitadas em termos de locomoção e viagens.
A minha filha do meio casou hoje, aqui perto de casa, razão pela qual te estou a responder a esta hora e muito cansada. Está muito, muito feliz e isso é que importa! Espero que o teu filho, nora e neto venham consolar-te um pouco desta imobilidade forçada pela prudência. Que tenham uma feliz estadia neste nosso Portugal tão maltratado, tão cansado de injustiças e erros políticos...
Nem eu nem o Poeta Zarolho te abandonaremos neste momento menos bom! Sei que posso falar por ele porque é uma excelente pessoa e ele próprio já me disse, certa vez, que nunca abandona um amigo.
Não fiques a pensar que ele não se interessa pela tua poesia... ele nunca foi poeta, como nós que parecemos ter nascido assim... acho que ele achou graça aos sonetilhos e tentou reproduzi-los, foi só isso, penso eu... depois achou graça, fez amizade connosco e nunca mais parou... mas tem a companheira e três filhos pequeninos para sustentar... a situação dele, como a de todos os que têm filhos pequenos neste país, deve ser tremenda... sabes como estão a apertar com os trabalhadores, obrigando-os a trabalhar mais e mais horas... mas sabes o que te digo? Eu já não consigo mesmo trabalhar senão nos poemas... nem me posso deslocar para muito longe de casa mas, se pudesse e estivesse de boa saúde, até seria uma das pessoas que se disporiam a trabalhar mais para resolver uma crise que tivesse solução à vista... e esta, nas mãos deste governo, não tem. Por este andar andamos todos a matar-nos para pagar só os juros... ou nem isso. É desesperante!
Mas não quero falar mais disto hoje. Vi uma das minhas filhas muito feliz, hoje, e vou tentar dar-me ao luxo de estar muito contente por umas horitas.
Um enorme abraço para ti, Maria Luísa!
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