quinta-feira, 8 de agosto de 2013
SONETO À CONFIRMAÇÃO DE UM DIREITO
Ao martelo. À foice. Àquilo que simbolizam.
(Em decassílabo heróico, na oralidade – El(e)El(a))
El(e) trazia na mão, cobrindo um sonho,
O cabo de um martelo… e martelava,
El(a), um arco incompleto que ceifava
Tão habilmente quanto em verso o exponho
Exploração gera dor mas, se o suponho,
Bem mais forte era a dor que se apossava
Dos que da construção, da espiga ou fava,
Cobravam tão-somente um pão tristonho
Justo é nunca esquecer quanto devemos,
Do tanto que nos tiram, mas mantemos,
Àqueles que com a vida conquistaram
O direito ao tal pão que já mal vemos
Mas pelo qual sei bem que lutaremos
Como esses que tão caro o pão pagaram!
Maria João Brito de Sousa – 07.08.2013 – 17.19h
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
12 comentários:
Há casamentos para a vida
Sem dúvida os há, Mar Arável!
O meu abraço!
Gostei do poema e trouxe-me à memória a famosa e formosa estátua da ceifeira e do operário exposta em Paris e que eu podia ver do quarto do hotel onde estava em Moscovoe pela qual passava de autocarro quase todos os dias.
Boa semana, Maria João.
Obrigada, São! Foram, efectivamente, a ceifeira - representando a agricultura - e o operário - representando a nossa desmantelada indústria - quem me inspirou este soneto.
Boa semana também para si!:)
Minha querida
Um poema muito forte e tão preciso no momento que em que se devem acordar consciências.
Que os poetas nunca calem a voz.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Bom dia!
há muitos bons poetas, porém nem todos são bons sonetistas. Tu és uma excelente sonetista, tens toda a minha admiração.
Saudações poéticas,
André
Obrigada, Sonhadora!
Infelizmente até a minha voz tem estado um pouco mais "calada" nesta última semana... o meu estado de saúde conduziu-me a um cansaço físico que me torna muito difícil estar sentada ao computador... sobretudo porque a minha bicharada me vai esgotando a pouca força física que me vai sobrando... mas espero que, depois de alguns dias mais "distante" destes espaços online, ainda venha a conseguir manter algumas actualizações, num futuro próximo.
Beijinho também para si!
Obrigada, André!
Saudações poéticas!
A luta pela dignidade, sempre!
(As suas palavras motivam, Maria João!)
Beijo :)
Obrigada, AC!
... a verdade é que as vejo a rarear... longe vão os tempos em que produzia um soneto por dia... agora, só com muita sorte consigo um soneto por mês... e vou tendo algumas saudades desse tempo de alguma forma menos rigoroso em que tanto e tão facilmente produzia...
Abraço!
como belo e empolgante como uma "canção heroica" ...
beijo
Obrigada, Heretico!
Vou ao Relógio de Pêndulo!
Enviar um comentário