(Em decassílabo heróico)
Pr`a quê cantar a jovem Primavera
Que me não traga, acesa, a claridade
Que emite, lá no alto, a rubra esfera
Assim que se ergue e brilha em liberdade?
De que terá servido a longa espera
Se a chuva me roubar, pela metade,
Um céu que esconde um sol que mal tempera
Um dia que nasceu sem qualidade?
E, sob intensa chuva, a tarde fria
De que hoje vou falar, nem sei porquê,
Faz crer que o próprio verso se arrepia
Se, na estrofe final, disser que crê
Que mais depressa brilha um novo dia
Pr`a quem, no que se põe, tanto mal vê…
Maria João Brito de Sousa – 27.03.2014 – 17.37h
13 comentários:
Na falta de relâmpagos
que rebentem as flores
Isso mesmo, Puma!!! Que rebentem os cravos!!!
Vou até aí!
Nem sei onde para o aquecimento global... a chuva e o frio não nos largam... e a primavera teima em não chegar...
Mais um excelente soneto, minha amiga, continuas em grande.
Maria João, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijos.
Obrigada, Nilson! :)
A tarde - feia, fria e escura - de chuva intensa, que neste dia foi uma perfeita realidade, serviu apenas para me ajudar a criar uma metáfora dos tempos - outros - que vamos vivendo...
Vou até aí deixar-te o meu abraço!
que os dias claros despontem...
e os versos (que agora se arrepiam) brilhem nos olhos - luminosos.
Que o futuro nos sorria, já que o presente tantos castigos vai prometendo... entre-dentes e sempre desmentidos, claro.
Abraço, Heretico!
Reli o teu soneto com agrado.
Porque te acho genial neste estilo poético, querida amiga.
Maria João, tem uma óptima semana.
Beijo.
Obrigada, Nilson!
Vou ver se, ainda hoje, consigo trazer até cá umas décimas que me ocorreram ontem!
Abraço!
Os sonetos que escreve revelam o seu talento. A sua arte poética é apreciável e faz falta no mundo da blogosfera.
Abraço poético.
Juvenal Nunes
Muito grata, Juvenal!
Gosto muito que este blog ainda tenha um ou outro leitor ocasional depois de tantos anos de inactividade, mas se quiser ler o que continuei a produzir depois de ter perdido o acesso a este pequeKenasutopias, pode ler-me em poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt
Forte e grato abraço poético!
Mas que cara chato, não para de
falar besteira na minha janela.
- E não paro mesmo, a não ser
que a feche ou pare de escrever
coisas que umedecem meus olhos.
Um beijo e tchau. Pronto, fui!
:) Ainda que quisesse, não poderia fechar esta janela, Sílvio...
Vá em paz!
Mind blowing post
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