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quinta-feira, 5 de abril de 2012

AS TEIAS QUE O LUAR TECE


Nas teias que o luar tece
Por cima dos pinheirais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Nunca vi – nunca, jamais! –,
Nessas visões que ele m`oferece,
Razões que fossem normais…

Vi segredos bem guardados
De vontades por escrever
Atrás de mil cadeados
Qu`inda estão por conceber
Nos traços desencontrados
De enigmas por resolver,
Tão estranhamente esboçados
Que eu nunca pude entender
Por que me foram mostrados
Se não pedira pr`ós ver…

Vi, nessas teias benditas
Que o luar teceu pr`a mim,
As mil coisas nunca escritas
Por mãos que fossem assim…

Vi verdades, nessas teias
Que o luar me quis mostrar
E, depois de as ler, deixei-as
Pr`alguém que as soubesse achar…

Vi letras de prata pura
Descrevendo esses pinheiros
Com a toda a casta ternura
Dos seus rebentos primeiros…

Vi a vida que começa
No recomeço da vida!
Vi puzzles, peça por peça,
Sem me apressar na partida
E, como alguém que tropeça
Em causa desconhecida,
Vi tudo a crescer sem pressa
Ou foi-me a vista traída
Tal qual fosse apenas essa
A razão de eu estar perdida,
Sem certezas nem promessa
De encontrar uma saída…


Nas teias que o luar tece
À noite, sobre os pinhais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Não pude encontrar, jamais,
Nas transgressões que fornece,
Questões que fossem banais…








Maria João Brito de Sousa – 04.04.2012 – 23.13h

Poema submetido a ligeiras emendas em 07.04.2012

3 comentários:

Maria Luisa Adães disse...

Mª. João

Essas teias que o luar tece
me deixaram impressionada,
pois saístedo clássico
com uma destreza aprumada
e na melhor das formas,
mas contaste...

Lindo teu poema.

Mª. Luísa

p.s. pretendo que vás "Das Trevas à
Luz" e "Darkness and light"

"Prosa" e "Prémios".

Quando possível e agradeço tua presença no Google.

Abraço,

Mª. Luísa

Maria Luisa Adães disse...

Atenção :

Deixei + 1 no poema!

Mª. Luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Desculpa, amiga... não tenho estado bem hoje. Melhor, piorei do trato digestivo e apenas consegui fazer um poema em que recordei o meu avô e que deixei no Montanhas.
Vou ao 7 Degraus.
Abraço grande!