Cego de medo e dor, ele nada vê.
Confuso e humilhado, o bicho é cego...
Roubam-lhe a liberdade, o aconchego
De amar a vida sem saber porquê...
Corre o sangue no dorso. Já não é
Da natureza o seu desassossego...
Da vida que viveu com estranho apego
Pressente o culminar... [Olé,olé!]
O público, em histeria colectiva,
Estremece inebriado e grita: -Viva!
Mas é morte que quer e a morte vem...
Ajoelhou o touro e vai morrendo
E eu, que nada fiz mas compreendo,
Ajoelho com ele, morro também...
.
Olé...
Maria João Brito de Sousa - Dedicado à Associação ANIMAL e a todos os toiros que foram barbaramente assassinados para "divertimento" dos humanos.
6 comentários:
Olá Maria João, como Ribatejana que sou devia de gostar de touros e touradas, mas não gosto. Touros de morte ainda menos eu ia assistir a um espectáculo desses. Maravilhoso e sentido poema. Adorei. Beijos com carinho
Obrigada, Rosa Branca!
Um enorme abraço para ti!
Olá!Espero que a febre já a tenha deixado e que esteja bem melhor.
Gostei muito, mesmo muito, porque sou visceralmente contra as touradas mesmo à portuguesa, pois nelas também o cavalo é torturado.
Abraço e força, companheira.
Anita Vilar
:) Obrigada, Anita!
Abraço grande!
Lindo o poema da morte do touro.
Paradoxal o que digo, mas falo do poema em si e não da morte tenebrosa que se nos depara
Maria Luísa
Foi exactamente aqui que deixei o comentário... e já cá não está...
a net tem estado num estado que não dá para descrever. Suo para conseguir um minuto de ligação.
Este soneto já faz parte do Poeta Porque Deus Quer - o meu primeiro livro - e, para além de ser dedicado a todos os touros que foram assassinados para "divertimento" humano, foi simbolicamente "oferecido" à Associação ANIMAL.
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