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terça-feira, 19 de junho de 2012

SONETO IMPUBLICÁVEL


Aperta o cerco, amigo, aperta o cerco
Da segurança pouco solidária
De que dependo sendo solitária,
Em que me ganho, amigo, em que me perco…

Se entendem que um poema é mero esterco
Que lhes perturba orgulho e pituitária,
É porque vão temendo a Pasionária
Que possa erguer-se em mim, quando me acerco…

Antes calar o verso! Antes morrer!
Grita o poema, mesmo antes de o ser,
Empunhando as palavras com que o escrevo...

Antes deixar, meus versos, de vos ver
Do que viver da esmola de escrever
Soneto que não pague o que vos devo…



Maria João Brito de Sousa – 18.06.2012 -22.29h

6 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Sinto-me um descobridor de pérolas...

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Rogério! :)
Um abraço grande, amigo!

Nilson Barcelli disse...

Na verdade, o teu soneto não é impublicável, é soberbo.
Maria João, parabéns pela excelência das tuas palavras.
Querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Nilson!
Que tenhas uma excelente semana, amigo!

Unknown disse...

Olá, Maria João! Estive doente e, por isso, ainda não dei noticias sobre o livro Pequenas Utopias que já devorei e reli. Gostei muito, mesmo muito dos sonetos.É dificil a escolha. Desde A Flor e a Arma, passando por com A Voz que trazemos nas Mãos, Havia um Mar,Nem Só... Sei lá todos1 Fizeram-me uma boa companhia na doença e também por isto te estou grata.

Parabens e muitos Bjins com admiração

Anita

Maria João Brito de Sousa disse...

:) Fico muito contente por teres gostado! O pior foi estares doente... mas já passou! :)

Um abraço grande!