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sábado, 16 de junho de 2012

SONETO MAIS OU MENOS DISTORCIDO









Como escrevo um soneto distorcido,
Sem eixo com que possa defini-lo,
Sem forma com que possa distingui-lo
Da prosa mais jocosa ou sem sentido?

Discorro sem que tenha prevenido
O formato, a razão… é só senti-lo
E vêm de enxurrada, ousando um estilo,
Os versos que lhe servem de vestido!

Mas se o corpo me pede algum descanso,
Se a mente me vagueia no remanso
Que o cansaço geral me vai trazendo,

Nem versos, nem canções, nem mesmo ideias…
Só este mar, correndo-me nas veias,
Responde às tais questões que nunca entendo…



Maria João Brito de Sousa – 11.06.2012 – 17.11h


Fotografia de Carlos Ricardo

6 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Bela a rima e o sentido
de teu soneto distorcido

(o mar tem sempre respostas)

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, amigo Rogério!
Este, basicamente, foi feito para "legendar" esta fotografia que um amigo fez o favor de me tirar... mas não vou dizer que, ao longo dele, me não tenham surgido ideias de paralelos entre o meu estado de saúde actual - que inclui uma desesperante falta de inspiração... - e as palavras que ia escrevendo. Fica aberta a janelinha da esperança! Se a vida continuar, esta crise tem de ser passageira e o mar continua a correr-me nas veias... já não se consegue expressar tão facilmente como dantes, mas está por cá. Talvez seja uma maré vazia mais longa do que o costume, mas há-de voltar a subir!

Abraço grande!

O Puma disse...

... e já é tanto

Maria João Brito de Sousa disse...

... é demasiadamente pessoal, amigo. Gosto mais quando eles falam de muita coisa, quando conseguem ser mais abrangentes...

Abraço grande!

Maria Luisa Adães disse...

Volta a subir!

Mª. Luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Olá, Maria Luísa!
Ele está morfologicamente correcto, amiga... acho que fui buscar o "distorcido" à ideia de o ter começado a escrever numa altura em que me sentia muito "sem inspiração"... e lembro-me que, na altura, o comecei a escrever com a ideia de que não iria escrever nada de jeito...

Um abraço grande!