É tão crua esta oblíqua navalha
Que apunhala os sentidos da gente,
É tão suja, é tão vil que não falha;
Assassina e… disfarça, inocente!
Se debalde lhe foge a canalha
Que afinal lhe foi sempre indiferente,
Ela fixa, encurrala e estraçalha
Cada um dos que em fuga pressente…
Mas que importa a navalha cruenta
Do poder que nos quer degolar
Se outra força imperiosa argumenta
Numa voz que até mortos sustenta
E nos diz que é morrer ou lutar
Se, à traidora, nem sangue a contenta?
Maria João Brito de Sousa – 22.11.2012 – 01.48h
IMAGEM - The Charnel House - Pablo Picasso 1944/45
4 comentários:
Editei-te no meu blogue, e fiz link
Ahhhh... :) Obrigada!
Encontrei o soneto no espaço do Rogério e não pude deixar de a vir felicitar por tão incisivo poema.
Um beijo
Muito obrigada, Lídia!
Um enorme abraço para si!
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