(Em decassílabo heróico)
Se o sol, nesses teus olhos se reflecte
E eles pasmos, inocentes, me procuram,
Nas pupilas, quais setas que perfuram,
Rendido, aquece o gelo e se derrete…
Cada olhar, feito sol, me compromete
Vazios e escuridões qu`inda perduram
E quantos medos restem se me curam
Nesse olhar que os desmente se os repete…
Há mil sóis nessas setas que me lanças
Em haustos de harmonia, em ternas danças
De silêncios solares, serenos, castos…
Meu terno irmão felino de olhos d`oiro
Que, em cúmplice feitiço ou doce agoiro,
Me devolves, brilhando, os dias gastos…
Maria João Brito de Sousa – 30.12.2012 – 15.11h
4 comentários:
Falas do olhar do felino como eu gostaria de falar do olhar do tempo, e sobretudo, de me poder dar bem com ele...
Olá amiga, um maravilhoso soneto reflectido nesses lindos olhos, passado pelos olhos do tempo. Feliz Ano Novo com muita saúde, paz e muito amor. Beijos com carinho
O tempo olha-nos desde todas as coisas, Rogério... até do olhar do meu amigo gato que já ultrapassou em muito a esperança de vida da sua espécie... estou demasiado zangada com o neoliberalismo para poder pensar em zangar-me com o tempo. Em relação ao primeiro, sempre posso fazer alguma coisa - ainda que apenas simbolicamente - para acabar com ele e impedi-lo de actuar tão desastrosa e impunemente... em relação ao segundo... ele faz parte, enquanto referência e não só, daquilo que não podemos mesmo mudar... tentemos, então, mudar aquilo que podemos!
Um 2013 de muita força no excelente trabalho a que nos foste habituando! Abraço grande!
Olá, Rosa Branca!
Um 2013 cheio de saúde, amor e determinação! Vamos precisar de tudo isto, mais do que nunca...
Um beijinho e muito boas entradas!
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