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quarta-feira, 8 de maio de 2013

SONETO INESPERADO


(Em verso eneassilábico)


Ai, Soneto esquecido, que voltas,
Que te alheias das dores que me minam
Que te acendes nas loucas revoltas
Que nem deuses, nem mestres te ensinam,

Que enlaçado nas pontas mais soltas,
Desdobrado em gorjeios que trinam,
Enfrentaste, sem medo e sem escoltas,
Mil temores dos que em vão se aproximam!

Ai, Soneto que eu nunca esperei,
Que não sonho e nem sei bem se sei
Se me nasces do espanto das horas,

Mas dissolves, num mel que olvidei
Nos momentos da dor que calei,
Quanta dor se me exalta em demoras…


Maria João Brito de Sousa – 04.05.2013 – 16.26h


Imagem - Desenho de Álvaro Cunhal (Série "Desenhos da Prisão")

12 comentários:

Lídia Borges disse...


Inesperado, mas belo ainda que na sua capa de inverno.

Beijo meu

Maria João Brito de Sousa disse...

Beijo grande, Lídia! Obrigada!
O meu estado físico está... péssimo... por isso este foi tâo inesperado, a seguir a uma complexa e demorada cirurgia dentária...

may lu disse...

Inesperado e profundo!!
Desses que nos calam fundo.

Carinhoso dia das mães a ti e aos seus.

Um abraço cheio de delicadezas!!

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada! Um abraço também para si, May Lu!

Mar Arável disse...

Belo
porque inesperado

e nos surpreende

Bjs

Maria João Brito de Sousa disse...

Foi inesperado até para mim, Mar Arável...

O meu abraço!

Manuel Veiga disse...

o gosto do mel é sedutor e persistente...

belíssimo.

beijo

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Herético!


O meu abraço!

Maria Luisa Adães disse...

Conheço o poema, mas aqui me tens
preocupada contigo. Que se passa de grave?

Amanhã vou ao Estomatologista pelo dente que não se pode mexer, só em Setembro.Mas ele está mau...

Preciso de telefonar, não muito tempo, pois as cordas vocais precisam de descanso e se pensa que a medicação as afetou.

Não posso dizer poesia! A minha linda voz, parece que não vai voltar...me custa muito...

Tudo tão diferente do que escrevo
Tudo tão diferente...

Maria luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Amiga, pelos vistos temos mais uma pedrazinha em comum, nesta longa estrada que percorremos... as minhas cirurgias dentárias apenas se iniciaram no dia dois... muitas mais virão... e o resultado será sempre muito mau. Sei muitíssimo bem porque o digo e quais as razões que me levam a dizê-lo... que são muitíssimas.

Espero que tenhas, na tua ida e possível extracção, melhor sorte do que eu.

Abraço grande!

Rogério G.V. Pereira disse...

"Ai, Soneto esquecido..."

:))

Maria João Brito de Sousa disse...

Não foi exactamente esquecido, Rogério... mas não seria de esperar que o escrevesse. Não no período de saúde desfavorável em que me encontro.
No entanto, já nasceu mais outro, depois deste...

Abraço!