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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

APELO À MOBILIZAÇÃO POLÍTICA DO CUPIDO

(Em decassílabo heróico)

Não te deixes levar – nunca te iludas! –
Pela promessa vã de um sonho vago,
Por pérfida carícia em breve afago
Na amorfa mansidão das queixas mudas…

Que as setas que lançares sejam agudas,
Que zunam, que penetrem, causem estrago
E possam, tal e qual como as que trago,
Furar sem desdenhar de entre ajudas…

Resguarda-te dos males… quando os enfrentas,
Não quando foges deles, nem dos que inventas,
Que aqui há males de sobra… e sobram mil!

Que das setas que lanças, quando o tentas,
Brotem, mais uma vez, justas, sedentas,
Mil vibrantes razões pr`amores... de Abril!




Maria João Brito de Sousa – 10.01.2012 – 17.05h



Imagem retirada da net, via Google

12 comentários:

Unknown disse...

Mas que beleza de soneto em forma, conteúdo e fechando com chave douradíssima. Parabéns, Maria João.

Maria João Brito de Sousa disse...

Muito obrigada pelas amáveis palavras, amigo Luís Santos! O meu abraço!

Lídia Borges disse...


Chega a doer de tão certeiro, o disparo.

Lindo, além do mais.


Um beijo

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Lídia!

Vou até à Seara, deixar o meu abraço!

Mª João C.Martins disse...



Soneto belíssimo!
Parabéns Mª. João!!

O eco das palavras será sempre, como sempre foi, uma força inabalável para reescrever a história e devolver ao Homem a liberdade e o direito de se ser digno.

Um beijinho

Maria João Brito de Sousa disse...

Um beijo grande, Maria João! Obrigada!

Manuel Veiga disse...

belo e certeiro.

como um cravo vermelho no cano das espingardas...

Maria João Brito de Sousa disse...

Isso mesmo, Heretico! É isso mesmo...

O meu abraço!

Banda in barbar disse...

(Em de cá si lavo herético)

sonho vão duma alma transviada

desejos falsos e enganadores

fétida carcassa que se apaga

em rufar de canhões e tambores

esta da pérfida tinha 12 sílabas pá....

pois promessas vãs de sonhos vagos,

chiméricos remédios de má memória

em pilhas de semi-vivos gagos

amontoam-se na velha história




Que aqui há males de sobra… e sobram mil! pelo menos 11 neste decassílabo é em duodécimos?

Que das setas que lanças, quando o tentas,
Bro tem, mais uma vez, jus tas, se den tas,
Mil vi bran tes ra zões pr`amo res... de Abril!....

os amores por abris vão e vêm os povos são et-ernos
excepto os caraíbas e babilónios

Banda in barbar disse...

cravos vermelhos

enferrujam a alma estriada das armas

preferível cravos vermelhos de plástico

made in china o maior poder socialista mundial

viva mao tsé tung

vamos fazer de alcácer um arrozal imenso

Maria João Brito de Sousa disse...

É em decassílabo heróico, segundo Florbela... e eu :) Há por aí mais um ou outro autor que usam o mesmo critério de contagem mas são pouquitos, eu sei... mas hoje estou um nadinha azeda, o que nãotem nada a ver consigo, Banda in Barbar... o soneto de hoje foi feito muito antes de vir aqui...

Viva a muito frágil perenidade dos povos, sejam eles quais forem! E viva Abril, com cravos e tudo, também em Álcacer... porque não?

tempus fugit à pressa disse...

alcácer-quibir?

estou já a ir...

abril só é bom quando chove


foi um sonho vão de almas transviadas

como todas as revoluções


sejam 28 de maios en maiô

sejam 25 de abril de capitães do quadro contra a ascensão dos milicianos

como disse o coronel da arma de engenharia vasco gonçalves na costa da caparica em 1973

pois meus senhores temos de defender a instituição militar

não sei porquê mas tenho ouvido isto também hoje em dia...

acho que não vai gostar do próximo golpe militar