(Em decassílabo heróico)
Não te deixes levar – nunca te iludas! –
Pela promessa vã de um sonho vago,
Por pérfida carícia em breve afago
Na amorfa mansidão das queixas mudas…
Que as setas que lançares sejam agudas,
Que zunam, que penetrem, causem estrago
E possam, tal e qual como as que trago,
Furar sem desdenhar de entre ajudas…
Resguarda-te dos males… quando os enfrentas,
Não quando foges deles, nem dos que inventas,
Que aqui há males de sobra… e sobram mil!
Que das setas que lanças, quando o tentas,
Brotem, mais uma vez, justas, sedentas,
Mil vibrantes razões pr`amores... de Abril!
Maria João Brito de Sousa – 10.01.2012 – 17.05h
Imagem retirada da net, via Google
12 comentários:
Mas que beleza de soneto em forma, conteúdo e fechando com chave douradíssima. Parabéns, Maria João.
Muito obrigada pelas amáveis palavras, amigo Luís Santos! O meu abraço!
Chega a doer de tão certeiro, o disparo.
Lindo, além do mais.
Um beijo
Obrigada, Lídia!
Vou até à Seara, deixar o meu abraço!
Soneto belíssimo!
Parabéns Mª. João!!
O eco das palavras será sempre, como sempre foi, uma força inabalável para reescrever a história e devolver ao Homem a liberdade e o direito de se ser digno.
Um beijinho
Um beijo grande, Maria João! Obrigada!
belo e certeiro.
como um cravo vermelho no cano das espingardas...
Isso mesmo, Heretico! É isso mesmo...
O meu abraço!
(Em de cá si lavo herético)
sonho vão duma alma transviada
desejos falsos e enganadores
fétida carcassa que se apaga
em rufar de canhões e tambores
esta da pérfida tinha 12 sílabas pá....
pois promessas vãs de sonhos vagos,
chiméricos remédios de má memória
em pilhas de semi-vivos gagos
amontoam-se na velha história
Que aqui há males de sobra… e sobram mil! pelo menos 11 neste decassílabo é em duodécimos?
Que das setas que lanças, quando o tentas,
Bro tem, mais uma vez, jus tas, se den tas,
Mil vi bran tes ra zões pr`amo res... de Abril!....
os amores por abris vão e vêm os povos são et-ernos
excepto os caraíbas e babilónios
cravos vermelhos
enferrujam a alma estriada das armas
preferível cravos vermelhos de plástico
made in china o maior poder socialista mundial
viva mao tsé tung
vamos fazer de alcácer um arrozal imenso
É em decassílabo heróico, segundo Florbela... e eu :) Há por aí mais um ou outro autor que usam o mesmo critério de contagem mas são pouquitos, eu sei... mas hoje estou um nadinha azeda, o que nãotem nada a ver consigo, Banda in Barbar... o soneto de hoje foi feito muito antes de vir aqui...
Viva a muito frágil perenidade dos povos, sejam eles quais forem! E viva Abril, com cravos e tudo, também em Álcacer... porque não?
alcácer-quibir?
estou já a ir...
abril só é bom quando chove
foi um sonho vão de almas transviadas
como todas as revoluções
sejam 28 de maios en maiô
sejam 25 de abril de capitães do quadro contra a ascensão dos milicianos
como disse o coronel da arma de engenharia vasco gonçalves na costa da caparica em 1973
pois meus senhores temos de defender a instituição militar
não sei porquê mas tenho ouvido isto também hoje em dia...
acho que não vai gostar do próximo golpe militar
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