segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
SONETO EM BREVE MONÓLOGO INTERIOR
(Em decassílabo heróico)
Renasce-me a questão, tal qual a sentes;
- Como arrancar o ceptro a um poder
Que assim vai fomentando, sem tremer,
Tais formas de injustiça entre inocentes?
Nas marcas da passagem de serpentes
Às quais se impõe matar pr`a não morrer
Se explica ou se desvenda este “não ser”
Pior do que o pior que em ti consentes…
Se, pouco ou nada tendo, ainda escrevo,
É por não ter esquecido o quanto devo
E nisso me encontrar enquanto o pago
Mas, quando nauseada, aqui me atrevo
À poética da flor rasando o trevo
Que, em quase-voo, emula um mero afago…
Maria João Brito de Sousa – 14.01.2012- 21.29h
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Atracção dos contrários
Que te hei-de eu dizer
Que já não saibas?
Não sei como tiras isto dentro de ti...
Hoje, Rogério, nem eu sei como tirei isto de dentro de mim... sei que estava a meditar sobre a nossa actual situação sócio-política quando, de repente, me lembrei dos tempos em que apanhava azedas, aqui, junto de minha casa, e lhes trincava os pés, deliciada... há, aqui, um prenunciozinho de nostalgia e eu não sou nada nostálgica... mas esta é quase, conforme digo no último verso, uma emulação de um soneto... perde a proximidade com o hipotético "outro" e as duas estrofes finais quase me saem entredentes, meias engolidas por uma espécie de zanga que me é muito pouco comum... estive quase para nem o publicar. Não morro de amores por mim mesma, quando fico assim "azeda"...
Abraço grande!
Talvez... mas eu tenho estado um pouco "azeda", hoje, Mar Arável...
O meu abraço!
dizem-me que as flores do deserto são as mais belas...
E são, Heretico, e são... as flores dos cactos do deserto estão entre as mais belas que já pude contemplar... mas estas são flores simples, do campo, como as papoilas... e há qualquer coisa que me faz, muito suavemente, sentir-me identificada com elas... o cravo vermelho e a papoila, simbolizarão o meu espírito de luta e entrega - que existe, sem dúvida! - as azedas... alguma rebeldia juvenil que estranhamente mantenho...
Abraço grande!
Azedumes à parte, este "poetar" é renda, sem uma só malha fora do lugar.
Grata por [te]poder ler, aqui
Um beijo
:) Grata por gostar[es] até dos meus pequenos "azedumes", Lídia...
Beijo!
Enviar um comentário