(Em decassílabo heróico)
Da natureza emerjo e sou quem sou
Consciente de aqui estar, mas tão
serena
Que, ao espelhar-me em luares de lua
plena,
Aguardo receber quanto lhes dou
E moldo cada raio que brilhou
Sem me sentir culpada, ingrata,
obscena,
Por espinho, dissabor ou qualquer pena,
Que ressurja na flor que dele brotou…
Então, repasso o disco semi-gasto,
Das pétalas do mundo em que me basto
E hoje serei lunar porque me apraz
Ter um corpo distante, inerte e
casto,
Do qual, sem dar por isso, só me
afasto
Se me acontece querer sem ser capaz…
Maria João Brito de Sousa – 19.01.2013
– 19.43h
IMAGEM - L`IMPORTANT C`EST LA ROSE - Maria João Brito de Sousa, 1999
24 comentários:
Quererão tantos
A tua inocência
Pois que os culpados
Mal saberão soletrar o teu poema
Sê o que quiseres, quando quiseres
Ao Poeta deve-se tudo
...e eu garanto que o poeta sente sempre que deve, e que deve, e que deve... mas está uma maravilha, o teu post de hoje! Muito, muito bom!
Consegui roubar-to!
Abraço grande!
BELO...como sempre, um prazer imenso ler-te.
Meu abraço.
:D Natália! Que bom ver-te por aqui, amiga!
Vou visitar-te!
a outra face da Lua, essa, não se molda na métrica de um soneto, pressente-se!...
... mas num poema solto, porventura, ainda por acontecer.
belíssima a tua poesia. sempre.
beijo
Não sei quantos poemas, sonetos ou não, já fiz à lua... mas tenho a certeza de que foram muitos, Heretico... nunca os planeio, eles é que me vão ocorrendo, porventura suscitados por momentos e circunstâncias.
Bjo e obrigada!
Um lado lunar pleno de claridades.
Deixo o meu enorme apreço.
Um beijo
O meu agradecido abraço, Lídia. Aí vou...
As luas no ciclo das marés
inclinam-se sobre o poema
e reconhecem
que vale a pena sonhar
em voz alta
:) Obrigada, luas... obrigada, Mar Arável!
Abraço!
O dar e o receber amor é almejado para quem ama e é amado.
Abraço
Minha querida
A lua é a eterna amante dos poetas e eu adoro tudo o que escreve.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Quem assim se espelha,
" ...em luares de lua plena" , só pode ser grande ne alma e no poema.
Um abraço, Maria João
... e assim se faz luz
O dar e receber parece-me uma constante da vida... até da vida na sua expressão mais primária, J Araújo... assim vejo a própria Vida, nessa continuada e imparável "tarefa" de dar e receber
Obrigada pela visita e o meu abraço!
Beijinho e muito obrigada, Sonhadora!
Olá, minha jovem e bonita homónima!:)
O meu corpo - e o trabalho que também ele produz - anda, há dois ou três dias, em conflito com o senhor tempo, rsrsrs... e não falo dos temporais que se têm feito sentir! Falo do outro, que parece tanto mais "encolhido", quanto mais crescem, em quantidade e qualidade, os episódios de agravamento do problema degenerativo...
Vou, num pulinho, até aí!
É só uma luzinha, Puma... apenas uma luzinha que se vem juntar a tantas outras - de tantas outras origens... - que vão brilhando por toda essa blogosfera...
abraço grande!
Estou a 7 anos na blogosfera : A viagem é o casula
hoje completando 2 anos de vida.
Quantos momentos alegres e triste também
faz parte da nossa jornada.
Deus permita muitos anos de vida para mim e meu blog
um mundo fantástico.
Onde nossas amizades sem face completa de maneira
sobrenatural minha vida.
Obrigada pelo seu carinho por fazer parte da minha caminhada
muitas vezes cansada ou meu caminhar um pouco mais lento.
Hoje deixo na postagem mil carinhos para você
um mimo desse dia feliz.
E o sorteio de mais 2 livros meus não
importa qual Pais será ganhador receberá com certeza com muito amor.
Pode até pensar porque sorteio tantos livros meus não é mesmo?
Por ele ser bom e de alguma forma deixar um pouco de mim para vocês.
Meu eterno carinho.
Um feliz final de semana.
Beijos na alma e no coração.
Evanir.
Estou só esperando você com muito carinho.
Poema que é observação, contemplação, discernimento, definição...
Senti-me cúmplice das palavras.
Parabéns!
Grata pela visita, Evanir. O meu abraço!
A excelência mora neste teu soneto.
Qualquer Poeta gostava de o ter escrito.
Maria João, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.
Grata por essa cumplicidade, AC!
O meu abraço!
Muito grata pela doce apreciação deste meu soneto, Nilson!
Beijo!
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