VISLUMBRES


View My Stats

domingo, 18 de março de 2012

O PREÇO II

Eu pago qualquer preço, a qualquer hora,
Qualquer tempo de vida ou qualquer dor
Se, nestes meus sonetos, puder pôr
Metade do que estou sentindo agora

E se for conseguindo, vida fora,
Escrevê-los cada vez com mais ardor,
Hei-de pagar por eles seja o que for
Sem me queixar dos custos da penhora…

Se um dia fraquejar, se este contrato,
Rigoroso e levado ao preço exacto,
Não for cumprido como deixo escrito,

Não será porque fique mais barato
Um poema qualquer que, sendo ingrato,
Vos possa desmentir quanto foi dito…




Maria João Brito de Sousa – 17.03.2012 – 20.52h