Aos
operários das fábricas e aos trabalhadores de todo o tipo de serviços.
Aos trabalhadores da terra e do mar. Aos operários da palavra, da voz,
do gesto e da cor.
A todos os silenciados e explorados.
SONETO DO PRODUTOR EXPLORADO
(Em decassílabo heróico)
Eu que ergui, pelas veias das cidades,
Sentinelas de pedra e de aço puro,
Que conquistei, a pulso, as liberdades
E asfaltei, com suor, cada futuro,
Eu que paguei, com sangue, as veleidades
Que registei na cor de cada muro
E sigo em frente e moldo eternidades
A partir do que engendro e não descuro,
Não mais hei-de evocar forças ausentes!
Liberto o grito, preso entre os meus dentes,
Que irrompe deste barro em que me sou
E arrancarei, de mim, quantas correntes
Me prendam à mentira, ó prepotentes
Senhores do que julgais que vos não dou!
Maria João Brito de Sousa – 30.07.2013 – 18.58h
IMAGEM- "Força" , José Viana, óleo sobre tela
Imagem retirada da página URBANO TAVARES RODRIGUES - Escritor
Nota da autora - Um soneto que nasceu... porque "tinha de ser"...