(Em decassílabo heróico)
Sussurra-me, esta voz que me acompanha
E aqui se assume inteira e colectiva,
Um gesto que em palavras se desenha
Pr`a cumprir-se em canção; sonora e viva!
Então, como se a voz me fora estranha,
Dona de autonomia e quase altiva,
Flui por mim toda até que em mim se entranha
Pr`a me deixar, depois, de si cativa…
Mil palavras me nascem no momento
Em que faço da voz discernimento
E amor à língua-mãe que me norteia
Porque ela me ultrapassa em “sentimento”
E consegue dar voz ao que nem tento
Se acato o que outra língua em mim cerceia…
Maria João Brito de Sousa -17.04.2013-18.32h
sexta-feira, 19 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
ESPADA DE POETA II
(Soneto em decassílabo heróico)
Numa ânsia de lutar por seu País,
Fez-se d`aço a pureza dos seus versos
No vigor de mil golpes controversos
Contra invasor tão vil que nunca o
quis…
Que a voz nunca lhe falte e é já
feliz…
Quem sabe, agregue, um dia, ecos
dispersos
D`alguém que, nos momentos mais
adversos,
Hesite em repetir quanto hoje diz…
(…)
Por sua gente, em luta levantada;
Seu verso militante erguendo a
espada!
Contra o jugo de alguns que tudo
querem;
O sabre da vontade, essa indomada!
[… e o momento a deixá-la agrilhoada
às grades que aos “outsiders”
convierem…]
Maria João Brito de Sousa –
12.04.2013 – 21.39h
Imagem - Tela de Frida Kahlo, retirada da net via Google
quarta-feira, 10 de abril de 2013
POEMA MATER(IA) ou No Princípio Era o Verbo...
(Soneto em decassílabo heróico)
No topo da matéria, uma palavra!
Lá por dentro, pulsando, as palavrinhas…
Mas, por belas que sejam, sendo minhas,
Nunca irão designar quanto eu esperava
E apenas a paixão, de amante e escrava,
Sem opor resistência a tais rainhas,
Me obriga à persistência destas linhas
Que tão estranha obsessão me comandava…
Porém, recusam mando que não venha
Do fundo deste amor que as não desdenha,
Da matéria do corpo em que me sou
Quando, em mim, toda inteira, se desenha
O verbo que do alto se despenha
Sobre a própria palavra que o gerou…
Maria João Brito de Sousa – 10.04.2013 – 13.36h
quarta-feira, 3 de abril de 2013
ESPADA DE POETA
(Soneto em verso eneassilábico)
Cá estou eu, decidida a vender
Muito cara a provável derrota,
Com poemas e rimas por frota,
Na batalha ao Rigor do Poder!
Não sei bem se esta luta me quer,
Se enfeitada com elmo e com cota
Chego a ver a mudança da rota,
Ou consigo, sequer, combater
Mas, se luto, é por grandes anseios
E se avanço, enfrentando os receios,
Uma gota – não mais! – lhe acrescento
Porque o faço negando os recreios
De que os palcos de guerra estão cheios
E, por espada, uso o simples talento…
Maria João Brito de Sousa – 02.04.2013 – 18.52h
Imagem retirada da net, via Google
Cá estou eu, decidida a vender
Muito cara a provável derrota,
Com poemas e rimas por frota,
Na batalha ao Rigor do Poder!
Não sei bem se esta luta me quer,
Se enfeitada com elmo e com cota
Chego a ver a mudança da rota,
Ou consigo, sequer, combater
Mas, se luto, é por grandes anseios
E se avanço, enfrentando os receios,
Uma gota – não mais! – lhe acrescento
Porque o faço negando os recreios
De que os palcos de guerra estão cheios
E, por espada, uso o simples talento…
Maria João Brito de Sousa – 02.04.2013 – 18.52h
Imagem retirada da net, via Google
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