quinta-feira, 21 de outubro de 2010
A PRÓXIMA PARAGEM
A próxima paragem será minha,
Não quero partilhá-la com ninguém…
Devolvo à terra o que da terra vem
E voo em negras asas de andorinha
Se, ao parar, a minha alma se encaminha
Para o que, aqui na Terra, `inda não tem,
Eu paro de vontade e vou por bem
Aonde me levar essa avezinha…
A minha ambiguidade funcional
Aponta-me o caminho e, afinal,
Ainda tenho tanto pr`a escrever…
Talvez seja depois, muito mais tarde,
Que me surja a paragem – Deus me guarde!
[eu sei lá quanto tempo irei viver!...]
Maria João Brito de Sousa
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
UNS TANTOS DE NÓS
Muito além das conquistas ou dos medos,
E dos bens que, pr`a ter, há que comprar,
Das mentiras, verdades e segredos
Que cada um irá, ou não, calar;
Muito além das sereias nos rochedos
[que inventámos tão só para enganar
as fragatas que lançam seus torpedos
quando nenhum de nós quer disparar…]
Apesar das mil coisas que nos prendem
À nossa condição de seres humanos
E que no dia-a-dia nos constroem,
Há uns tantos de nós que compreendem
Que iremos muito além desses enganos
Das “coisinhas” banais que mais nos doem…
Maria João Brito de Sousa
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
PUZZLE II
Devagar se vai longe, alto se voa,
De repente se encontra o já perdido,
Se ri, se grita “até que a voz nos doa”
[…e se esvai, gota a gota, o pretendido…]!
Quanto mais devagar, melhor se escoa
Vosso espanto [por todos desmentido…]
Nessa rua sombria aonde ecoa
Novo Dó musical, mal pressentido…
Longe ou perto se alcança o que, sem pressa,
Pelo amor, pela fé, pela promessa,
Mais se vai destacando entre os comuns
E o Puzzle, construído peça a peça,
Retomando funções, lá recomeça
[muito embora invisível para alguns…]!
Maria João Brito de Sousa
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