(Soneto em decassílabo heróico)
Morto o tempo do tempo de lutar
Se o gesto se me esgota em vãs
rotinas,
Sobram-me horas amargas, pequeninas,
Que me impõem vagar sobre vagar
Teimando, muito embora, em não parar,
Se, a cada passo, enfrento guilhotinas,
Às noites torturadas por espertinas,
Seguem-se os dias em que “estou sem
estar”
Porque um estranho cansaço vertical
Me vence, toma a rédea e rouba o sal
Das horas de criar seja o que for
Pr´a me lançar, vendada, ao lodaçal
Onde insisto em escrever - mas faço
mal! –
Uns versos sem coragem nem valor…
Maria João Brito de Sousa – 30.08.2013 –
13.41h
IMAGEM - Cat - Franz Marc, 1880 - 1916