sexta-feira, 20 de abril de 2012
domingo, 15 de abril de 2012
TOURO DE MORTE
Cego de medo e dor, ele nada vê.
Confuso e humilhado, o bicho é cego...
Roubam-lhe a liberdade, o aconchego
De amar a vida sem saber porquê...
Corre o sangue no dorso. Já não é
Da natureza o seu desassossego...
Da vida que viveu com estranho apego
Pressente o culminar... [Olé,olé!]
O público, em histeria colectiva,
Estremece inebriado e grita: -Viva!
Mas é morte que quer e a morte vem...
Ajoelhou o touro e vai morrendo
E eu, que nada fiz mas compreendo,
Ajoelho com ele, morro também...
.
Olé...
Maria João Brito de Sousa - Dedicado à Associação ANIMAL e a todos os toiros que foram barbaramente assassinados para "divertimento" dos humanos.
Confuso e humilhado, o bicho é cego...
Roubam-lhe a liberdade, o aconchego
De amar a vida sem saber porquê...
Corre o sangue no dorso. Já não é
Da natureza o seu desassossego...
Da vida que viveu com estranho apego
Pressente o culminar... [Olé,olé!]
O público, em histeria colectiva,
Estremece inebriado e grita: -Viva!
Mas é morte que quer e a morte vem...
Ajoelhou o touro e vai morrendo
E eu, que nada fiz mas compreendo,
Ajoelho com ele, morro também...
.
Olé...
Maria João Brito de Sousa - Dedicado à Associação ANIMAL e a todos os toiros que foram barbaramente assassinados para "divertimento" dos humanos.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
AS TEIAS QUE O LUAR TECE
Nas teias que o luar tece
Por cima dos pinheirais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Nunca vi – nunca, jamais! –,
Nessas visões que ele m`oferece,
Razões que fossem normais…
Vi segredos bem guardados
De vontades por escrever
Atrás de mil cadeados
Qu`inda estão por conceber
Nos traços desencontrados
De enigmas por resolver,
Tão estranhamente esboçados
Que eu nunca pude entender
Por que me foram mostrados
Se não pedira pr`ós ver…
Vi, nessas teias benditas
Que o luar teceu pr`a mim,
As mil coisas nunca escritas
Por mãos que fossem assim…
Vi verdades, nessas teias
Que o luar me quis mostrar
E, depois de as ler, deixei-as
Pr`alguém que as soubesse achar…
Vi letras de prata pura
Descrevendo esses pinheiros
Com a toda a casta ternura
Dos seus rebentos primeiros…
Vi a vida que começa
No recomeço da vida!
Vi puzzles, peça por peça,
Sem me apressar na partida
E, como alguém que tropeça
Em causa desconhecida,
Vi tudo a crescer sem pressa
Ou foi-me a vista traída
Tal qual fosse apenas essa
A razão de eu estar perdida,
Sem certezas nem promessa
De encontrar uma saída…
Nas teias que o luar tece
À noite, sobre os pinhais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Não pude encontrar, jamais,
Nas transgressões que fornece,
Questões que fossem banais…
Maria João Brito de Sousa – 04.04.2012 – 23.13h
Poema submetido a ligeiras emendas em 07.04.2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
SONETO MUSICAL ou Ousar a Melodia
Sobre tudo o que nasça e que se exprima
Em forma do que nunca vos direi,
Desse enigma me basta, eterna, a rima
Pr`a vos falar do muito que eu não sei
E, mesmo que não haja quem redima
Quantas lacunas já por cá deixei,
Que importa se de música se anima
O quanto quis dizer, mas não logrei?
Jamais duvidarei de alguém que entenda
Que ousar a melodia é dar-lhe a voz
Que expressa o seu sentido universal,
Ou que, ao ouvi-la, exulte e compreenda
O quanto dela vibra em todos nós
Se o ritmo que alcançou for musical…
Maria João Brito de Sousa – 02.04.2012 – 14.53h
Em forma do que nunca vos direi,
Desse enigma me basta, eterna, a rima
Pr`a vos falar do muito que eu não sei
E, mesmo que não haja quem redima
Quantas lacunas já por cá deixei,
Que importa se de música se anima
O quanto quis dizer, mas não logrei?
Jamais duvidarei de alguém que entenda
Que ousar a melodia é dar-lhe a voz
Que expressa o seu sentido universal,
Ou que, ao ouvi-la, exulte e compreenda
O quanto dela vibra em todos nós
Se o ritmo que alcançou for musical…
Maria João Brito de Sousa – 02.04.2012 – 14.53h
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