quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
ESSE LOUCO GALOPE DO CORCEL DAS PALAVRAS...
Prenúncio de vontade em gesto vago,
Vai-me descendo a mão sobre o papel
E sinto que me invade o tal corcel
Da singular magia desse afago!
Dele me nasce a palavra; o resto, trago
Dentro de mim, gravado com cinzel,
Por baixo desta minha humana pele
Onde o tempo, ao passar, fez algum estrago…
Mas que me importa a mim que o tempo passe
Se dele surge a palavra, irrompe a frase
Que justifica o esforço da corrida?
Não fosse esse o corcel que eu cavalgasse
E – quem sabe? - o poema me ignorasse
E eu perdesse o sentido à própria vida…
Maria João Brito de Sousa – 23.02.2012 – 18.47h
Imagem retirada da net, via Google
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8 comentários:
Maria João, este teu soneto é genial.
Há muito tempo que não lia um soneto com tanta qualidade.
Beijo, querida amiga.
Muito obrigada, Nilson!
Tenho andado um pouco ausente da blogosfera e do Facebook porque estou com uma broncopneumonia a que se veio juntar uma infecção por rotavírus.
Tenho muitas dificuldades físicas e até psicológicas porque estou muito fraca e preciso de fazer um enorme esforço para "descodificar" o que vou lendo.
Deixo um grande e grato abraço!
Muito bom o teu poema!
A este nível tens todas as possibilidades á tua frente.
Aproveita e continua.
O comments que me deixaste é muito bom!
Mas deixa-me dizer-te o que já tenho dito inúmeras vezes
e também sei o que vais responder.
O blogs necessita de reciprocidade.
Com o partir das duas vértebras da dorsal eu
fiquei com dificuldades e cuidados que nunca tive.
E se ponho um poema e não procuro as outras pessoas como procurava,
eles vão desaparecendo.Já o estão a fazer...
Que faço? Deixo de escrever?
Estou cansada, Mª. joão, de "suplicar atenção". Não posso e não posso...
Sei o que respondes, mas eu quero acreditar no que vais dizer e sei
que não vou acreditar! Eu sei
Que faço por aqui? Quem sou eu?
E quem sou eu para não aceitar?
Mas não aceito!E estou muito cansada e não quero continuar...
Não quero!
Tem paciência para mim que penso ter valor e esse valor (se existe)
ninguém o reconhece.
Eu sei que é um Karma que me acompanha desde que nasci...
Mais um desabafo...
Abraço,
Mª. Luísa
Só tu, minha amiga, saberás o que sentes e qual é a tua decisão final em relação à publicação da tua poesia. Não posso nem devo impor-te nada de nada porque, aos poetas, não vale a pena dar conselhos.
Também eu estou muito diminuída, acredita. As duas hérnias que tenho são na zona cervical e limitam-me, cada vez mais em termos de mobilidade e auto suficiência... na zona lombar, tenho uma escoliose sinistro convexa de grande raio que também me prejudica e dificulta muito a marcha... mas sabes que eu vou continuar enquanto puder. Se não acreditar naquilo que tenho para dar, em que mais posso acreditar? Nada mais me resta senão o amor incondicional dos meus amigos de quatro patas que, também eles, estão no final da sua vida... claro que te tenho a ti, ao poeta Zarolho e outros amigos, mas "sinto" que devo escrever até ao fim... já fico triste por ver a minha capacidade de produção tão diminuída...
Se tu "sentes" que deves parar, porque não dás um tempo a ti mesma e não fazes um intervalo? Claro que não precisas de responder... foi uma pergunta que me ocorreu, de repente... farás o que entenderes, o que "sentires do mais fundo de ti" e eu aceitá-lo-ei como qualquer bom amigo o fará. Seria extremamente cruel da minha parte exigir-te seja o que for. sei que sim.
Um grande, grande abraço para ti!
Bjs e as melhoras
:) Obrigada, Puma!
Um abraço!
Olá, lindo soneto que li e reli. Não porque não o entendesse, mas porque há tanta beleza nele como dor vai nessa alma. O que é demasiado belo é muito sofrido, pois sai com a claridade da alma. Beijos com carinho
Neste, Rosa Branca, ainda não estava tão diminuída como no último. Claro que já não estava bem - até estava com uma broncopneumonia,nessa altura - mas ainda não me era tão difícil a locomoção ou, pelo menos, acreditava que deixasse de o ser, quando melhorasse da doença aguda.
Um abraço grande e obrigada! :)
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