Eu pago qualquer preço, a qualquer hora,
Qualquer tempo de vida ou qualquer dor
Se, nestes meus sonetos, puder pôr
Metade do que estou sentindo agora
E se for conseguindo, vida fora,
Escrevê-los cada vez com mais ardor,
Hei-de pagar por eles seja o que for
Sem me queixar dos custos da penhora…
Se um dia fraquejar, se este contrato,
Rigoroso e levado ao preço exacto,
Não for cumprido como deixo escrito,
Não será porque fique mais barato
Um poema qualquer que, sendo ingrato,
Vos possa desmentir quanto foi dito…
Maria João Brito de Sousa – 17.03.2012 – 20.52h
11 comentários:
Olá amiga, mais um maravilhoso soneto, mas tão ou mais sofrido que o anterior. Por vezes o preço que se paga é muito alto. Beijos com carinho
Obrigada, Rosa Branca!:)
As coisas têm estado menos fáceis, em termos de saúde, e isso vai transparecendo nos sonetos...
Um abraço grande! :)
Olá amiga, passei para saber como está e espero que esteja bem melhor. Tem razão...se a alma está a sofrer tem que o dizer. Não deixe de escrever amiga. A alma agradece e além disso os seus sonetos são maravilhosos. Muita força e um beijo grande com todo o meu carinho
A alma não tem grandes razões de queixa, Rosa Branca... o problema é bastante mais físico do que possa parecer, neste momento...
Para culminar as maleitas todas, apareceu-me uma dor de dentes/ouvidos que chega para tirar a inspiração ao mais genial dos poetas... e eu nem o sou lá muito. Já estou medicada mas, até agora, não adiantou nada de nada.
Abraço grande e obrigada!
Obrigada, Mar Arável. Cheguei agora do hospital e seguem-se uma série de exames e consulta de reumatologia.
Abraço!
Mª. João
Hoje me levantei, voltada para a realidade. A minha realidade da vida em que me propuz escrever.
E me entristeci e não quero continuar...
Eu não sou poeta, já o sabia há muito, também nunca pensei ser poeta, mas sou Gente.
Nasci, continuo a viver e vou morrer!
Acontece a todos! É um destino infalível.
Tenho de mudar e isso
é difícil - então tenho de deixar de escrever e só escrevo a amigos
que encontrei. Respondo aos amigos,
os comento nos seus escritos, mas
o google não me interessa.
No google, eu tenho de fazer coisas que já não posso fazer.
Escrever aos blogs de todos e mais um e assim, eles me vão respondendo
nos tais comments.
Troca por troca!
E não quero falar mais no assunto!
Um beijo e obrigada,
Mª. Luísa
Ora essa!? Gente, somos todos; poetas, só alguns de nós o serão... mas o que te deu para estares a dizer que não és poeta? Já o serias, mesmo que deixasses de escrever poesia... até Picasso foi poeta, sabias? Em determinada altura da sua vida, deixou de pintar e, durante dois anos, dedicou-se exclusivamente à poesia. Li alguns dos seus poemas e não gostei muito... há um exagero de imagem, como seria de esperar... mas até ele o foi, embora a maioria o desconheça.
Estás num dia menos bom, é só isso... eu também tenho muito poucos comentários aqui, no Google e os poemas são os mesmos que publico no sapo... mas descobri, lá atrás, uma maneira de ser avisada quando alguém me comenta. Descobri-o faz tempo, por puro acaso... não consigo evocar minimamente os passos que dei, mas resulta. Penso que foi nas definições ou configurações. Hás-de experimentar.
Abraço grande!
Ontem te escrevi e não mandei,
não fui aceite. Depois tudo avariou e eu não escrevi mais.
Os comments não definem a qualidade ou não qualidade da poesia. Eu sei!
Mas que queres? Tento mudar nesse
sentido, mas de repente volto ao que sou e não aceito.
E troca por troca, eu já não posso fazer. E desisto! Não tenho mais a escrever! Acabei meu tempo!
Mas agradeço muito tuas palavras onde encontro a verdade e entendo essa verdade, mas não a sei seguir.
Abraço,
Mª. Luísa
Maria Luísa, apeteceu-me dar-te um abraço!
Fica com os leitores que sabem aceitar que tens limites físicos e que não estás no melhor da tua saúde.
Eu não sou tão constante quanto gostaria, no 7 Degraus, mas prometo tentar ir mais amiúde.
Seria uma pena desistires completamente, embora compreenda - até porque o mesmo se está a passar comigo - que abrandes muito o teu ritmo de publicação.
Eu já me vi obrigada a abandonar a pintura e isso talvez bastasse para "acabar" comigo em três tempos, se não tivesse a poesia como expressão... até plástica! É difícil explicar mas, para mim, a poesia é quase, quase, pintura.
Mais tarde, amiga, muito mais tarde, os nossos poemas irão sobreviver-nos. Sempre foi assim. E vamos-nos cumprindo. Partiremos, como todos, com a certeza de nos termos cumprido até ao fim. Isso é o que importa.
Não te deixes deprimir. O trabalho - mesmo este trabalho que tantos não valorizam - justifica-nos e serve-nos de combustível.
Outro enorme abraço!
Como tu dizes e como tu sentes e aceitas estas verdades.
São muitas pessoas
todas diferentes
e eu não gosto de formar grupos
pois sou incoerente.
E nada é como eu espero
e nada vai ser como quero.
Mas se eu me libertar do vulgo,
eu posso ser aquela que tu dizes
e idealizo em mim.
Obrigada por te encontrar.
Mª. Luísa
Enorme abraço, amiga!
A minha net entrou numa daquelas fases de ligar e desligar a intervalos de segundos e eu estou demasiado exausta para reiniciar tudo constantemente. Hoje foi dia de ir, muito cedo, ao hospital e, como levo horas para fazer a mais pequena coisa, tive de me levantar antes das seis.
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