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segunda-feira, 9 de julho de 2012

A GESTAÇÃO DO POEMA

Onde o poema me ferve, o verso é brando;
Suavemente desliza em rota certa
Tal qual fora encontrada a porta aberta
Da prisão que ao tolhê-lo o foi calando

Ninguém lhe tente impor voz de comando
Pois só a ele lhe coube estar alerta
Se partiu, decidido, à descoberta
D`uma hora em que ninguém diz como ou quando…

Suavemente partiu… mas foi ficando
E só sei que o criei porque é criando
Que sinto que viver valeu a pena

E que acredito, não acreditando,
Poder ir muito além do que, sonhando,
Se alcança na voragem de um poema…





Maria João Brito de Sousa – 09.07.2012 – 18.48h




IMAGEM - MATERNIDADE - Tela de Wifredo Lam - 1902/82

6 comentários:

trepadeira disse...

A poesia não se comenta,saboreia-se,por isso raramente aqui escrevo.
Tocou-me imenso o quadro.

Um abraço,
mário

Maria João Brito de Sousa disse...

O quadro é de um cubano de quem gosto muito, Wifredo Lam.
Abraço :)

Maria Luisa Adães disse...

"E acredito
não acreditando..."

adoro dizer isto
adoro dizer desta maneira!

lindo teu poema e o poeta deve ser comentado!

Abraço,

Mª. Luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Muito obrigada e um enorme abraço, amiga!
Tem cuidado contigo, amiga. Não abuses do computador porque a tua coluna pode-se ressentir... a minha tem estado péssima...

Nilson Barcelli disse...

Excelente soneto.
O teu talento é óbvio nas tuas palavras.
Beijo.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Nilson! Infelizmente não tenho conseguido tempo nenhum para visitar o teu blog que considero uma montra de indiscutível qualidade poética... nem sei se o consigo fazer hoje porque já estou mais a dormir do que acordada... mas vou tentar!
Abraço grande :)