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sábado, 25 de agosto de 2012

SONETO PARA... MORDER!



Em verdade só sou quando me dou,
Assim que sol e mar fervem cá dentro
Transmutando-se em corpo e alimento
Do poema/animal que me habitou…

Palavras, coisas vivas que se comem,
São frutas que se oferecem se as procuro
Numa fome perpétua que não curo
Enquanto outras palavras me não domem

Mas é por esta língua, a que pertenço,
Que sinto, que, por vezes, também penso,
Que mordo, como tantos animais,

Sem medo do momento insano, intenso,
Em que abocanho um verso… e quase o venço
Esquecendo a derrocada dos demais…




Maria João Brito de Sousa – 23.08.2012 – 19.19h







Maria João Brito de Sousa – 23.08.2012 – 19.19h



2 comentários:

Maria Luisa Adães disse...

Lindo teu poema
de uma sensibilidade extrema
e de um gosto de dizer
que ultrapassa os tempos, os modos,
a vida.
Parabéns, palavra banal para a tua índole de poeta.

Maria Luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Maria Luísa!
Um enorme abraço para ti, amiga!