
Relembro as velhas asas que não uso
Sobrevoando os medos que não tenho
Neste eixo imaginário em que desenho
Rotas possíveis para o que recuso
E, de asas a adejar, num som confuso
Em que sonho subir, recuo e venho,
Só das asas me sirvo e, se as desdenho,
É porque ser mais livre é ser recluso
E quanto mais no alto, mais rasando
O chão que aqui me vai aprisionando
Nesta terra que sou, mesmo sem ser
E quanto mais me elevo e vou voando,
Mais fundo, muito mais, vou mergulhando
Nestoutro mar dos sonhos por tecer…
Maria João Brito de Sousa – 05.01.2012 -13.13h