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quarta-feira, 10 de abril de 2013

POEMA MATER(IA) ou No Princípio Era o Verbo...








(Soneto em decassílabo heróico)


No topo da matéria, uma palavra!
Lá por dentro, pulsando, as palavrinhas…
Mas, por belas que sejam, sendo minhas,
Nunca irão designar quanto eu esperava

E apenas a paixão, de amante e escrava,
Sem opor resistência a tais rainhas,
Me obriga à persistência destas linhas
Que tão estranha obsessão me comandava…

Porém, recusam mando que não venha
Do fundo deste amor que as não desdenha,
Da matéria do corpo em que me sou

Quando, em mim, toda inteira, se desenha
O verbo que do alto se despenha
Sobre a própria palavra que o gerou…




Maria João Brito de Sousa – 10.04.2013 – 13.36h

7 comentários:

Manuel Veiga disse...

sarça ardente - a Palavra.

"matéria do corpo" - feita Verbo!

belíssimo

beijo

Maria João Brito de Sousa disse...

... e porquê separá-las sistematicamente, Heretico? Claro que em linguagem poética da jeito e a liberdade de que qualquer poema usufrui, justifica todas as separações possíveis e imaginárias... mas, na vida real, leva-se isso demasiado à letra...


J`y vais!

Manuel Veiga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel Veiga disse...

tem razão - corpo rima com sopro. e fogo da sarça.

desculpe a insistência, mas não encontro outro meio de dizer-lhe...

Maria João Brito de Sousa disse...

Não tem de me pedir desculpa... é possível que eu é que tenha de o fazer, porque suponho que, tirando um soneto que fiz ontem e espero conseguir trazer aqui, vá precisar de deixar de publicar por uns tempos... a minha situação de saúde agrava-se sempre um pouco mais, quando começo a pensar que virão alguns dias menos maus...

Abraço!

Rogério G.V. Pereira disse...

Não ligues, ligando
Ao que o Herético diz
Ele é poeta que não rimando
Procura o mesmo teu poema diz

(teu poema é a génese...)

Maria João Brito de Sousa disse...

Eu sei, Rogério! Hoje estou mesmo muitíssimo em baixo - nada emocional, no entanto! - mas ocorreu-me responder assim... contêm, as minhas palavras, muito menor aspereza do que o que possam aparentar... quando me releio, acho-me "dura"... mas foi uma pergunta feita com toda a simpatia, muito naturalmente...

Abraço!