
Disto, que te não escondo, eu nada nego;
Nem o intenso olhar com que te fito,
Nem, vago, o esgar de dor que quase evito
E que revela o meu desassossego.
Do resto, que não disse, nem delego
Na boca de outro alguém, pois não admito
Que um outro assuma aquilo que foi escrito
No tal modo verbal que nunca emprego,
Do restante - dizia – e dessas letras
Que, em tempos, me ficaram por escrever
Nos papéis que imagino [ou vejo e sinto?],
Surge a ponta do véu que esconde as metas
Que jamais revelou mas, sem saber,
Depois te mostrará que eu nunca minto…
Maria João Brito de Sousa – 29.12.2010 – 19.01h