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terça-feira, 26 de julho de 2011

SOU DO MAR!


Sou do mar na estranhíssima alquimia
Que me transforma em fogo, pedra e gente…
Mas muito mais do mar que, à revelia,
Se me sucede a cada sol nascente

Da mesmíssima força em que ele nascia
Renasce, dia a dia, o meu presente,
E sinto exactamente o que ele sentia,
E sou exactamente o que ele consente…

Sou do mar no processo indecifrável
Que admite a simbiose entre o provável
E aquilo que ninguém pode provar

Mas, fruto desse jogo, eu sou palpável
E nessa mutação, nem sempre estável,
Eu sempre acreditei que sou do Mar!




Maria João Brito de Sousa – 26.07.2011 – 13.00h

7 comentários:

Maria Luisa Adães disse...

Gosto do que escreves!

Também pertences ao mar num processo de alquimia.

E eu num mesmo processo alquimico
escrevo na primeira pessoa e acabo na terceira pessoa.
É verdade e é estranho,
mas na fantasia gentil de meus versos,

"Eu sou queda de água
A caír em traços longos
Trajada de infinito

Formo um lago, só meu
tão próximo dos salpicos do mar..."

Mas alguém gosta desta forma de dizer? Não creio!

E estou triste sim!
Este poema deve ficar todo o mês de Agosto.

Um abraço,

Maria Luísa

Maria João Brito de Sousa disse...

Claro que muita gente vai gostar do teu poema! Tens sempre imensas pessoas a ler-te e a comentar-te! Vais ver que, muitoem breve te surge outro poema cheio de alquimia... os meus é que andam a falhar desde que os animais pioraram. Nesta a altura já nem me espanto muito porque a poesia exige muita disponibilidade e eu tenho os sentidos todos virados para o Kico e o Beethoven, como se tivesse uma bússola interna a apontar na direcção dos dois... até nisto há alquimia, vês? É uma alquimia triste que está só a adiar uma despedida que vem sendo adiada há muitos meses... mas é alquimia. Nunca vi um bichinho tão agarrado à vida como o Kico! É espantoso que ainda esteja vivo com o coração no estado em que está. Mas já voltou a alimentar-se! Pouquinho, mas já come!
Abraço grande e obrigada pelo teu comment!

Prof Eta disse...

“Tendinite”

A culpa é da ganância
A culpa é do dinheiro
Fazem gerar uma ânsia
De ser sempre primeiro

Primeiro nas aparências
Primeiro no grande luxo
As minhas condolências
Ética morreu que diacho

Para o homem que futuro
É deixar de ser humano
A culpa é de Wall Street

Vejo aqui um mau auguro
A não ser que para o ano
Bolsa tenha uma tendinite.

Maria João Brito de Sousa disse...

:)) ! Boa, poeta!

A Bolsa tem tendinite
E o Capital desfalece
Pois não há quem o credite
Ou lhe reze uma só prece!

A Troika tem um enfarte
E os Mandões apanham gripe
Mal algum povo os descarte
Ou, então, os rectifique...

De tão cansada que estou
Mal consigo comentar
Mas não quis silenciar-me

É já pr`á cama que eu vou
Assim que me desligar
Desta net e do seu... charme! :))

Abraço ensonado! :)

Nilson Barcelli disse...

"... a simbiose entre o provável
E aquilo que ninguém pode provar"
O soneto é excelente, só destaquei esta parte pela subtileza da linguagem.
Querida amiga Maria João, bom Domingo.
Beijo.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada,amigo Barcelli!
Abraço grande! :)

Prof Eta disse...

“Diamantes”

Esqueça a marca BPN
E o seu dinheiro também
Nós somos gente de bem
E gostamos de higiene

Dinheirinho já foi lavado
Nos novos cofres vai entrar
Pois não há que enganar
Poderia estar contaminado

Com dinheiro fresco assim
Entre países da lusofonia
Ficará tudo como dantes

Já tínhamos ouro e marfim
Isto é de facto uma alegria
Celebremos com diamantes.