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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A TODOS OS RESISTENTES QUE PASSARAM PELAS PRISÕES DO FASCISMO


Sobre os muros que, sem liberdade,

Te acoitaram nas lajes tão frias,

Tu escreveste a palavra VONTADE

Conquistada ao granito dos dias!



Foi a tua resposta à maldade,

À traição e às demais vilanias

De quem queria apagar a VERDADE

Desse muro em que, ousado, a escrevias!



Foram tantas palavras negadas

Que a garganta guardou da denúncia

Dos que assim te prenderam nos muros,



Quanto as dores, como pedras, caladas,

Na nobreza da tua renúncia

Semearam teus sonhos mais puros!








Maria João Brito de Sousa - 21.10.2011 - 13.48h





Imagem retirada da página criada na Wikipédia para o 25 de Abril de 1974



NOTA - SONETO DE NOVE SÍLABAS MÉTRICAS

6 comentários:

Mar Arável disse...

Belo e oprtuno

É preciso resistir
e partilhar relâmpagos

Maria João Brito de Sousa disse...

:) Boa noite, Mar Arável! É preciso, sim!
Abraço!

Eduardo Miguel Pereira disse...

Belo, muito belo.
E que bom seria que o nosso Povo mantivesse bem presente na sua consciência quão árduo foi o trabalho, a dor e a luta de tão brava gente que de forma altruista lutou pelo sonho dum país melhor, e conseguiu-o, para agora o vermos a ser desbaratado dia após dia.

Impoesia sim disse...

Muito bom os poemas que escreve, carregado de poesia. Me deparei com um poemas seu no blog http://portuguesapoesia.blogspot.com/
que alias tem muita sensibilidade.

Farei incursões em seu blog. É possível aprender alguma coisa sobre poesias aqui.

Thiago Alex.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Eduardo Miguel Pereira!
O nosso povo foi muito afastado das realidades por uma direita que se vinha a insinuar há muito tempo, segundo me parece. Para muitos o golpe, apesar de duro, tem o sabor agridoce da inevitabilidade que os desresponsabiliza politicamente e muitos preferirão a perda de regalias à tomada de posição que intuem arriscada... mas outros tantos estão conscientes e darão o seu melhor.
Um abraço!

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Impoesia! :)
A maioria dos meus poemas são sonetos em decassílabo heróico. Este, embora sendo um soneto, é composto por versos de nove sílabas métricas.
Tenho outros tipos de poesia, noutros blogs e noutra plataforma.
Abraço grande!