(Décimas)
Aos que se acendem na luta,
Aos que se apagam na fome,
Aos que vão morrendo em nome
De uns banais filhos da puta
Que lhes roubam, da labuta,
Quanto lucro os engordou,
Lá, onde o lucro os cegou
E onde a garra do poder
Que não pára de crescer
Cruamente se fincou
Sem que os direitos de um povo
Fossem, sequer, respeitados,
Garantidos, preservados,
Tudo a bem de um “mundo novo”
Que el` condena e que eu reprovo
Na palavra e nas acções
E até nas contradições
A que el` venha a estar sujeito
Pela mão de um burro eleito
E outros tantos aldrabões,
A todos esses, a quantos
Sem descanso resistirem
Mesmo se um dia caírem
Na dureza dos quebrantos
- que serão certos e tantos… -
Mas que nem por isso lentos,
Possam ficar sempre atentos
Sem mudar de direcção,
Sempre opondo a voz do não
Aos subornos truculentos,
À luta dos companheiros,
Àqueles que nas “barricadas”,
Sem espingardas, nem granadas,
Que no frente a frente, inteiros,
Com a força de guerreiros,
Contra tal barbaridade
Ergam presença e vontade,
Deixo os versos que escrever!
Depois, venha o que vier,
Terei estado entre os primeiros!
Maria João Brito de Sousa – 18.11.2013 - 21.02h
Tela de Álvaro Cunhal - Imagem retirada da página do Partido Comunista Português
6 comentários:
a poesia é uma arma...
empolgante teu poema.
beijo
Uso as que tenho, Heretico...
Abraço!
Maria João,
Totalmente envolvente, totalmente mobilizador!
(Senti um frenesim interior)
Beijo :)
:) Obrigada, AC!
Abraço!
Na vida não há homens perfeitos
mas existem HOMENS incomensuráveis
Há, sim, Mar Arável! Há homens desmedidamente grandes!
Abraço!
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