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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

TER, NÃO TENDO...



Atribuo o que tenho ao que não tenho…
Se tudo tem um preço, este é o meu!
Por mais que vos pareça injusto ou estranho,
Aceitei-o da mão que mo estendeu…

É, portanto, das letras que desenho
E que estendo pr`a vós, qual Prometeu,
Que retiro o Maná que agora obtenho
[quem não colhe da Terra, ordenha o Céu…]

Se, às vezes, sinto a falta de um conforto,
Se a alma se me esgota na labuta,
Se o provento não dá pr`a sustentar-me,

Tenho a compensação do tronco morto
Renascendo da cinza; a própria fruta
Com que havereis, depois, de consolar-me…


Maria João Brito de Sousa – 06.11.2010 – 15.35h

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