VISLUMBRES


View My Stats

sexta-feira, 28 de março de 2014

SONETO A UMA LONGA, FRIA, FEIA E ESCURA TARDE DE CHUVA - Alegoria... e não só.

(Em decassílabo heróico)





Pr`a quê cantar a jovem Primavera

Que me não traga, acesa, a claridade

Que emite, lá no alto, a rubra esfera

Assim que se ergue e brilha em liberdade?



De que terá servido a longa espera

Se a chuva me roubar, pela metade,

Um céu que esconde um sol que mal tempera

Um dia que nasceu sem qualidade?



E, sob intensa chuva, a tarde fria

De que hoje vou falar, nem sei porquê,

Faz crer que o próprio verso se arrepia



Se, na estrofe final, disser que crê

Que mais depressa brilha um novo dia

Pr`a quem, no que se põe, tanto mal vê…







Maria João Brito de Sousa – 27.03.2014 – 17.37h

13 comentários:

O Puma disse...

Na falta de relâmpagos
que rebentem as flores

Maria João Brito de Sousa disse...

Isso mesmo, Puma!!! Que rebentem os cravos!!!

Vou até aí!

Nilson Barcelli disse...

Nem sei onde para o aquecimento global... a chuva e o frio não nos largam... e a primavera teima em não chegar...
Mais um excelente soneto, minha amiga, continuas em grande.
Maria João, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijos.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Nilson! :)

A tarde - feia, fria e escura - de chuva intensa, que neste dia foi uma perfeita realidade, serviu apenas para me ajudar a criar uma metáfora dos tempos - outros - que vamos vivendo...

Vou até aí deixar-te o meu abraço!

Manuel Veiga disse...

que os dias claros despontem...

e os versos (que agora se arrepiam) brilhem nos olhos - luminosos.

Maria João Brito de Sousa disse...

Que o futuro nos sorria, já que o presente tantos castigos vai prometendo... entre-dentes e sempre desmentidos, claro.


Abraço, Heretico!

Nilson Barcelli disse...

Reli o teu soneto com agrado.
Porque te acho genial neste estilo poético, querida amiga.
Maria João, tem uma óptima semana.
Beijo.

Maria João Brito de Sousa disse...

Obrigada, Nilson!

Vou ver se, ainda hoje, consigo trazer até cá umas décimas que me ocorreram ontem!

Abraço!

Juvenal Nunes disse...

Os sonetos que escreve revelam o seu talento. A sua arte poética é apreciável e faz falta no mundo da blogosfera.
Abraço poético.
Juvenal Nunes

Maria João Brito de Sousa disse...

Muito grata, Juvenal!

Gosto muito que este blog ainda tenha um ou outro leitor ocasional depois de tantos anos de inactividade, mas se quiser ler o que continuei a produzir depois de ter perdido o acesso a este pequeKenasutopias, pode ler-me em poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt

Forte e grato abraço poético!

silvioafonso disse...

Mas que cara chato, não para de
falar besteira na minha janela.
- E não paro mesmo, a não ser
que a feche ou pare de escrever
coisas que umedecem meus olhos.
Um beijo e tchau. Pronto, fui!

Maria João Brito de Sousa disse...

:) Ainda que quisesse, não poderia fechar esta janela, Sílvio...

Vá em paz!

Rajani Rehana disse...

Mind blowing post